sábado, 24 de dezembro de 2011

SOBRE O BREJO DAS ALMAS - BOAS FESTAS

SOBRE O BREJO DAS ALMAS - BOAS FESTAS

Enoque Alves Rodrigues

Durante este ano de 2011 fruí, quase que semanalmente, do privilégio de conviver com vocês, meus amigos e conterrâneos que muito me honraram com suas valiosas visitas aos meus blogs, ao MontesClaros.com e ao City-Brasil,  que utilizo, regularmente, para divulgar Francisco Sá, ou Brejo das Almas, minha Cidade de nascimento. Sempre procurei deixar claro e definido o amor que nutro pelo Brejo e sua gente, mesmo sabendo que o Brejo não é nenhum Paraíso na Terra. Que o Brejo, assim como qualquer outra Cidade em fase de desenvolvimento, está exposto a todas e quaisquer mazelas sejam elas de ordem natural ou administrativa, predominando, evidentemente, a segunda. É muito fácil, bom e maravilhoso, -dirão alguns que possuem o vezo de achar que tudo está ruim mas que nada fazem para que as coisas melhorem e que sabem que de há muito não vivo no Brejo-, amar o inferno, se visto e observado de longe, ou de preferência, do Céu. A estes eu recomendo a seguinte frase:

“Não perguntem o que o Brejo pode fazer por vocês, mas o que vocês podem fazer pelo Brejo”, diria John Kennedy, certamente, se brejeiro fosse. Mesmo longe, procurei a vida inteira colaborar, ainda que singelamente, com a divulgação deste meu pequeno torrão.

Agora, com alvissareiras esperanças renovadas pela aproximação de mais um ano, que seguramente nada irá me acrescentar se eu não continuar indo à luta. Por ter sido durante toda a vida um osso duro de roer. Um duro na queda. Um sujeito de tutano que jamais fugiu do pau e das origens. Que, motivado, determinado e disposto vinte e quatro horas, levanta de madrugada todos os dias e, cantando, dirige-se ao trabalho, em busca de resultados enquanto muitos ainda dormem e reclamam da vida. Que mesmo nos momentos mais difíceis e espinhosos, com os pés doloridos e com a mente em frangalhos, mas sempre firme e com Deus à frente, foi à luta sorrindo enquanto muitos tombavam chorando sem sequer saírem do lugar. Que mesmo hoje, realizado, cultiva hábitos simples de um matuto brejeiro que conseguiu, galhardamente, que a vida lhe proporcionasse algum conforto. Que, bóia fria em infância, vendendo dias de trabalho nas muitas Fazendas do Brejo, comeu, com colher de pau, angu de fubá com molho de feijão de corda  e quiabo na mesma gamela compartilhada com outros camaradas enquanto o suor do rosto respingava sobre aquele abençoado sustento. Que enquanto peão, dormia em porões  de obras em construção, com cheiro de creolina, com a mesma fé, perseverança, coragem,  e confiança de que dias melhores viriam. Finalmente, como profissional de sucesso, conquistou, com humildade, o respeito de muitos em todas as áreas por onde trafegou, trafega e milita. Que tem em seu diminuto rol de amigos, somente pessoas sinceras e leais, vinculadas ao bem comum e comprometidas até a medula com os mais puros, sólidos e elevados princípios morais da  verdadeira  ética  e ilibada conduta, etc. Esse cara, do qual sou fã de carteirinha, que possui o RG de nº M-215.967 (sendo o “M” de Minas), de quem falo com muito orgulho, sem rodeios ou falsa modéstia, por incrível que possa lhes parecer, sou eu próprio. Estranho, não! Nem tanto. As referências que faço a minha pessoa não tem o sentido fútil do endeusamento fácil ou autopromoção gratuita e deselegante. Tenho plena consciência de minha pequenez e do quanto ainda tenho que evoluir no sentido de atingir a magnitude de um simples grãozinho de areia. A  lisonja que endereço a mim, cuja história de vida conheço de cor e salteado e que hoje é de domínio público, tem apenas e tão somente a finalidade de afirmar que QUERER É PODER. Não importam as dificuldades que a vida coloca em nosso caminho. O que conta mesmo é a nossa capacidade, criatividade, determinação e vontade própria de transpô-las. Ninguém nasce, vive ou morre fraco. Todos nós, salvo aqueles que vieram cumprir missões específicas, nascemos em igualdade de condições, munidos de todas as nossas potencialidades as quais nos cabem estar sempre exercitando no sentido de que não se adormeçam, não se enferrujem e não nos transformem em parasitas. Ao Mestre do Madeiro, Governador Supremo do Orbe Terrestre, não foi dado nenhum milímetro de QI (Quociente de Inteligência) além do que nós, seus iguais, fomos dotados. Ele apenas os utilizava de maneira sábia e raciocinada. Nada mais que disso. Mesmo assim, quantos prodígios Ele operou. Esta minha mensagem, que a principio lhe pareceu estranha ou arrogante por me referir a mim, na primeira pessoa, na verdade, meu caro amigo, ela é todinha para você. Jamais pense em desistir de seus ideais. Não desperdice seu tempo “atirando por todos os lados”. Se ao invés de você ter mil projetos mirabolantes e inexeqüíveis em sua mente, tenha apenas um, desde que seja passível de execução. Pare e pense. Por mais simples que algum trabalho lhe pareça, não o inicie sem que antes trace uma meta estabelecendo inicio, meio e fim. Não estabeleça para você ou os outros prazos os quais não vão conseguir cumprir. Isso pode te levar ao descrédito. O homem tem que ter e honrar a palavra. Lute, mas lute com todas as suas forças. Não se deixe derrotar pela acomodação. O mundo, as oportunidades e os sucessos, pertencem aqueles que lutaram. Vá em frente. Não conduza sua vida olhando no retrovisor. Viva um dia de cada vez. Não tenha medo de nada. Não se preocupe em querer agradar a alguém. Seja natural. Não perca seu tempo com aquilo que não lhe vá dá retorno. Caso o critiquem, não responda com tergiversações. Seja objetivo. Vá direto ao ponto. Analise se as criticas são realmente fundadas e, caso positivo, faça sua correção e procure, independente do caráter de quem o criticou dar o verdadeiro “feedback” embasado-o na mais pura realidade. Procure não deixar nada sem resposta. Não mintas, jamais. Se você mentir uma vez será obrigado a mentir sempre. A mentira é o mais grave desvio de conduta do qual dificilmente o mentiroso consegue se livrar.

Ao finalizar esta minha “milionésima”, cansativa e redundante declaração de amor ao Brejo e ao meu povo. Por faltarem-me palavras mais apropriadas, o que seria, creio, compreensível por vocês que me toleram a tanto tempo, se se considerarmos que já estamos no final do ano, onde muitos neurônios tive que queimar para chegar até aqui e que somente a partir de hoje entro em férias para fazer a devida reposição de carga das já cansadas mas ainda recarregáveis baterias, lanço mão da seguinte estrofe de uma das milhares de pérolas do rei Roberto:

“Nunca se esqueça, nenhum segundo. Que eu tenho o amor, maior do Mundo. Como é grande, o meu amor, por você!”

Brejeiros, não chorem. Ano que vem tem mais bestagens. Eu voltareeeeeeeeei!

Feliz Natal e um Ano de 2012 repleto de amor, paz e muitas realizações na vida de todos vocês meus amigos e conterrâneos.

Inté!

Enoque Alves Rodrigues, brejeiro de nascimento e convicção, que atua na área de Engenharia, é Escritor com dois livros a serem lançados, (Liderança Conquistada e Brejo das Almas em Crônicas), Colunista, Historiador e divulgador voluntário de Francisco Sá, Brejo das Almas, Minas Gerais, Brasil. Visitem meu blog: Pra variar, é sobre Francisco Sá: http://enoquerodrigues-earodrigues.blogspot.com/  http://www.facebook.com/profile.php?v=info&edit_info=all&ref=nur

BOAS FESTAS. FELIZ NATAL E ÓTIMO 2012

BOAS FESTAS. FELIZ NATAL E ÓTIMO 2012

Enoque Alves Rodrigues

Durante este ano de 2011 fruí, quase que semanalmente, do privilégio de conviver com vocês, meus amigos e conterrâneos que muito me honraram com suas valiosas visitas aos meus blogs, ao MontesClaros.com e ao City-Brasil,  que utilizo, regularmente, para divulgar Francisco Sá, ou Brejo das Almas, minha Cidade de nascimento. Sempre procurei deixar claro e definido o amor que nutro pelo Brejo e sua gente, mesmo sabendo que o Brejo não é nenhum Paraíso na Terra. Que o Brejo, assim como qualquer outra Cidade em fase de desenvolvimento, está exposto a todas e quaisquer mazelas sejam elas de ordem natural ou administrativa, predominando, evidentemente, a segunda. É muito fácil, bom e maravilhoso, -dirão alguns que possuem o vezo de achar que tudo está ruim mas que nada fazem para que as coisas melhorem e que sabem que de há muito não vivo no Brejo-, amar o inferno, se visto e observado de longe, ou de preferência, do Céu. A estes eu recomendo a seguinte frase:

“Não perguntem o que o Brejo pode fazer por vocês, mas o que vocês podem fazer pelo Brejo”, diria John Kennedy, certamente, se brejeiro fosse. Mesmo longe, procurei a vida inteira colaborar, ainda que singelamente, com a divulgação deste meu pequeno torrão.

Agora, com alvissareiras esperanças renovadas pela aproximação de mais um ano, que seguramente nada irá me acrescentar se eu não continuar indo à luta. Por ter sido durante toda a vida um osso duro de roer. Um duro na queda. Um sujeito de tutano que jamais fugiu do pau e das origens. Que, motivado, determinado e disposto vinte e quatro horas, levanta de madrugada todos os dias e, cantando, dirige-se ao trabalho, em busca de resultados enquanto muitos ainda dormem e reclamam da vida. Que mesmo nos momentos mais difíceis e espinhosos, com os pés doloridos e com a mente em frangalhos, mas sempre firme e com Deus à frente, foi à luta sorrindo enquanto muitos tombavam chorando sem sequer saírem do lugar. Que mesmo hoje, realizado, cultiva hábitos simples de um matuto brejeiro que conseguiu, galhardamente, que a vida lhe proporcionasse algum conforto. Que, bóia fria em infância, vendendo dias de trabalho nas muitas Fazendas do Brejo, comeu, com colher de pau, angu de fubá com molho de feijão de corda  e quiabo na mesma gamela compartilhada com outros camaradas enquanto o suor do rosto respingava sobre aquele abençoado sustento. Que enquanto peão, dormia em porões  de obras em construção, com cheiro de creolina, com a mesma fé, perseverança, coragem,  e confiança de que dias melhores viriam. Finalmente, como profissional de sucesso, conquistou, com humildade, o respeito de muitos em todas as áreas por onde trafegou, trafega e milita. Que tem em seu diminuto rol de amigos, somente pessoas sinceras e leais, vinculadas ao bem comum e comprometidas até a medula com os mais puros, sólidos e elevados princípios morais da  verdadeira  ética  e ilibada conduta, etc. Esse cara, do qual sou fã de carteirinha, que possui o RG de nº M-215.967 (sendo o “M” de Minas), de quem falo com muito orgulho, sem rodeios ou falsa modéstia, por incrível que possa lhes parecer, sou eu próprio. Estranho, não! Nem tanto. As referências que faço a minha pessoa não tem o sentido fútil do endeusamento fácil ou autopromoção gratuita e deselegante. Tenho plena consciência de minha pequenez e do quanto ainda tenho que evoluir no sentido de atingir a magnitude de um simples grãozinho de areia. A  lisonja que endereço a mim, cuja história de vida conheço de cor e salteado e que hoje é de domínio público, tem apenas e tão somente a finalidade de afirmar que QUERER É PODER. Não importam as dificuldades que a vida coloca em nosso caminho. O que conta mesmo é a nossa capacidade, criatividade, determinação e vontade própria de transpô-las. Ninguém nasce, vive ou morre fraco. Todos nós, salvo aqueles que vieram cumprir missões específicas, nascemos em igualdade de condições, munidos de todas as nossas potencialidades as quais nos cabem estar sempre exercitando no sentido de que não se adormeçam, não se enferrujem e não nos transformem em parasitas. Ao Mestre do Madeiro, Governador Supremo do Orbe Terrestre, não foi dado nenhum milímetro de QI (Quociente de Inteligência) além do que nós, seus iguais, fomos dotados. Ele apenas os utilizava de maneira sábia e raciocinada. Nada mais que disso. Mesmo assim, quantos prodígios Ele operou. Esta minha mensagem, que a principio lhe pareceu estranha ou arrogante por me referir a mim, na primeira pessoa, na verdade, meu caro amigo, ela é todinha para você. Jamais pense em desistir de seus ideais. Não desperdice seu tempo “atirando por todos os lados”. Se ao invés de você ter mil projetos mirabolantes e inexeqüíveis em sua mente, tenha apenas um, desde que seja passível de execução. Pare e pense. Por mais simples que algum trabalho lhe pareça, não o inicie sem que antes trace uma meta estabelecendo inicio, meio e fim. Não estabeleça para você ou os outros prazos os quais não vão conseguir cumprir. Isso pode te levar ao descrédito. O homem tem que ter e honrar a palavra. Lute, mas lute com todas as suas forças. Não se deixe derrotar pela acomodação. O mundo, as oportunidades e os sucessos, pertencem aqueles que lutaram. Vá em frente. Não conduza sua vida olhando no retrovisor. Viva um dia de cada vez. Não tenha medo de nada. Não se preocupe em querer agradar a alguém. Seja natural. Não perca seu tempo com aquilo que não lhe vá dá retorno. Caso o critiquem, não responda com tergiversações. Seja objetivo. Vá direto ao ponto. Analise se as criticas são realmente fundadas e, caso positivo, faça sua correção e procure, independente do caráter de quem o criticou dar o verdadeiro “feedback” embasado-o na mais pura realidade. Procure não deixar nada sem resposta. Não mintas, jamais. Se você mentir uma vez será obrigado a mentir sempre. A mentira é o mais grave desvio de conduta do qual dificilmente o mentiroso consegue se livrar.

Ao finalizar esta minha “milionésima”, cansativa e redundante declaração de amor ao Brejo e ao meu povo. Por faltarem-me palavras mais apropriadas, o que seria, creio, compreensível por vocês que me toleram a tanto tempo, se se considerarmos que já estamos no final do ano, onde muitos neurônios tive que queimar para chegar até aqui e que somente a partir de hoje entro em férias para fazer a devida reposição de carga das já cansadas mas ainda recarregáveis baterias, lanço mão da seguinte estrofe de uma das milhares de pérolas do rei Roberto:

“Nunca se esqueça, nenhum segundo. Que eu tenho o amor, maior do Mundo. Como é grande, o meu amor, por você!”

Brejeiros, não chorem. Ano que vem tem mais bestagens. Eu voltareeeeeeeeei!

Feliz Natal e um Ano de 2012 repleto de amor, paz e muitas realizações na vida de todos vocês meus amigos e conterrâneos.

Inté!

Enoque Alves Rodrigues, brejeiro de nascimento e convicção, que atua na área de Engenharia, é Escritor com dois livros a serem lançados, (Liderança Conquistada e Brejo das Almas em Crônicas), Colunista, Historiador e divulgador voluntário de Francisco Sá, Brejo das Almas, Minas Gerais, Brasil. Visitem meu blog: Pra variar, é sobre Francisco Sá: http://enoquerodrigues-earodrigues.blogspot.com/  http://www.facebook.com/profile.php?v=info&edit_info=all&ref=nur

sábado, 10 de dezembro de 2011

SOBRE O BREJO DAS ALMAS – SIMPLÍCIO, O MASCATE.

SOBRE O BREJO DAS ALMAS – SIMPLÍCIO, O MASCATE.

Enoque Alves Rodrigues

Longos anos se passaram desde que o Bandeirante Antonio Gonçalves Figueira e toda a sua comitiva se aportaram, em um triste e melancólico dia de finados, nas antigas plagas de São Gonçalo. Ali, naquela ocasião como é de conhecimento de todos, segundo nos relatam historiadores, fincaram-se um velho cruzeiro, confeccionado em madeira tosca, ao redor do qual se iniciou a povoação daquelas terras, que mais tarde se transformariam em freguesia e muitos anos depois, em Cidade, a qual chamaria de Brejo das Almas e depois, Francisco Sá, em justa homenagem ao grande Ministro da Viação e Obras Públicas, nascido na Fazenda Brejo de Santo André, nas imediações.

Transcorridos mais de dois séculos desse evento, o progresso ainda capengava e insistia em não atingir aquelas bandas. Mesmo depois de o grande estadista levar até Montes Claros a ferrovia que revolucionaria todo o Norte Mineiro, o Brejo das Almas, quiçá por não fazer parte daquele promissor circuito férreo, ou por situar-se a considerável distância de Montes Claros, ao qual fora, outrora, vinculado, pouco se desenvolvia. Os transportes de mercadorias eram feitos de maneira precária, sobre burros, carroças e carros de bois. Não entrarei nos detalhes da história devido eu próprio já tê-la contado várias vezes, até por que não é este o objetivo desta crônica. Abro esse parêntese somente para informar aos “jovens mancebos” e lembrar aos “velhos anciãos” que não faz muito tempo, os confortos que hoje usufruímos, simplesmente inexistiam. Mesmo pairando, nos dias atuais, algumas sequelas rudimentares sobre os nossos costumes, nada nos remete aqueles tempos. O grande e inesquecível Geraldo Tito Silveira, a quem tive o privilégio de conhecer, em uma de suas valiosíssimas obras, relata com riqueza de pormenores, o que ocorreu na Cidadezinha do Brejo das Almas quando a ela adentrou o primeiro veiculo a combustão: um velho FORD de bigodes. Foi um Deus nos acuda. Houve mesmo até quem o amaldiçoasse dizendo que aquilo era coisa do diabo. Matronas que se achavam debruçadas nas janelas ao vê-lo faziam o sinal da cruz e fechavam-nas, imediatamente. Crianças que estavam brincando nos terreiros eram empurradas para dentro de casa. Alguns mais afoitos, geralmente os “mais usados”, ou melhor, os mais velhos, organizavam procissões e saiam atrás do veiculo, onde o motorista a caminho de Salinas ou Grão Mogol, quase morria de medo da turba em fúria. Restava ao pobre do chofer contra-atacar com rezas brabas implorando ao São Cristóvão, protetor daquela reduzidíssima espécie, para que o FORDECO não abrisse o bico antes de galgar subidas íngremes ou sem que primeiro se atravessasse a curva da morte. Mas quem foi que disse que os santos estão sempre de plantão e a nossa disposição para nos atender sempre que deles necessitamos? Ledo engano: na maioria das vezes os “bichões que cuspiam fogo” não conseguiam atravessar nem mesmo a mais insignificante lombada natural e antes de atingir as subidas mais importantes, empacavam-se, qual jumento ruim, e ai, não tinha jeito, a turma enfurecida partia pro pau, até que uma providencial intervenção de alguma autoridade local relevante a acalmasse.

Não é de hoje que as relações humanas entre iguais e coisas são de amor e ódio. Ama-se na mesma proporção em que se odeia e vice-versa. Assim, enquanto o Brejeiro não se familiarizava com aquela novidade, até mesmo pela falta de informação, esconjurava o dia em que o alemão Karl Benz, criou o primeiro automóvel em uma tarde de outono de 1885 que foi patenteado neste mesmo ano e no ano seguinte 1886, fundou a Mercedes. Quando, finalmente, os pesadões conseguiram romper aquele impacto inicial do medo, quando os brejeiros passaram a conviver com alguma assiduidade com aquelas geringonças, apaixonaram-se, perdidamente. Cada um, mesmo não sabendo com quais meios e recursos, queria, a todo o custo, comprar uma daquelas máquinas. Os pais de Alfredo e Francisco não foram os primeiros, como alguns afirmam, a ter um carro em suas garagens no Brejo; até porque, naquele tempo, a fazenda onde eles viviam em criança, não pertencia ao Município do Brejo das Almas. Darcy, fazendeiro e político regional influente, foi quem teve esta primazia. Há, no entanto, controvérsias, as quais respeito e não discuto, até porque me levariam do nada a lugar algum.

Chega de carros e vamos voltar para a realidade do inicio destas mal traçadas linhas. Simplício, era esse o seu nome, vivia de mascatear. Morava na Vila Vieira, próximo a Lagoa, onde deixava seus animais pastando. No lombo do burro varava dias e noites, dando um duro dos demônios, para no final do mês levar alguma merreca pra casa. A vida de caixeiro viajante ou mascate naquele tempo não era fácil. Com seus dois burros, sendo um para montaria e o outro para cargas, comprava em armarinhos de Montes Claros, botões, agulhas, linhas, dedal, elásticos, anáguas, combinações, véus, batons, esmaltes, lixas, espelhos, perfumes e cosméticos baratos, pentes e quando o dinheiro dava, algumas peças de tecidos como morim e tergal. Embrenhava-se nos sertões de Minas e, quando menos esperava, involuntariamente, estava em Monte Azul, lá no extremo, prestes a atravessar a ponte para o Estado da Bahia. É chão, meu nego. Ele tinha uma forma natural e muito peculiar de cultivar a clientela e fazer negócios. Ao chegar às paragens, procurava uma sombra onde amarrava os burros, geralmente em frente à Igreja. Com uma enorme cabaça aberta ao fundo, com pequena fenda à frente onde punha a boca, gritava aos quatro ventos, num português sofrível que faria Camões mover-se no túmulo: “Alô povo de Sun Gerardo, Simprisso Mascatero chegô trazeno procêis as nuvidade deretamente da cedade princesa do norte... Nóis tem de tudo um poco. Nóis tem butão pra muié butuá ropa, pano pra muié fazê vistido pra cubri as vregonha. Nóis tem burracha pra sigurá cirôla de home e de muié... Cumbinação pra muié potregê os peito. Véio pra cubri cabeça de muié crente. Batom pra dexá  muié cuns beiço vremeio quinêm carmim. Pente pra muié pintiá cabelo. Lixa pra muié lixá unha. Pó de arroiz, água de chero, tarco e prefumo pra muié ficá bunita e cheroza e num levá chifro. Nóis tem tamém ismarte pra muié pintá unha das mão e dos pé... Agúia, e retroze pra muié custurá ropa e dedár pra muié num furá os dedim.” Simplício era uma figura. Ele falava assim mesmo e todos o entendiam, porque, era esse o “dialeto” do lugar. Lá em São Geraldo, naquele tempo um pequenino povoado, Simplício quando chegava, amarrava seus burros debaixo de um grande pé de umbu que ficava exatamente aonde? Dou-lhe uma. Dou-lhe duas e dou-lhe três: quase dentro do Cemitério! E porque eu sei disso? Por que a nossa casa, assim como a pequena Escola onde minha mãe lecionava, distavam apenas alguns passos do dito cujo. Simplício amarrava os burros lá, que ficavam sozinhos pastando e ia vender suas mercadorias em frente a pequenina Igreja. Aí, nós, moleques aproveitávamos para fazer a festa. Só pra sacanear, enquanto Simplício anunciava suas bugigangas, nós, “capetas em forma de guri como dizia a música”, desamarrávamos os animais e depois de caminharmos com eles por centenas de metros dentro da mata, finalmente os amarrávamos em outra árvore, bem longe, onde jamais as vistas de Simplício alcançariam. Retornávamos para as proximidades do pé de umbu e escondíamos atrás das moitas, afim de que pudéssemos nos esbaldar, bem de perto, com o desespero e xingamentos de Simplício. Após esperarmos, pacientemente, por várias longas horas, lá vinha o pobre do infeliz. Simplício, ainda distante, notou que os burros não estavam mais lá: “Oh, Meu sinhô Jisuis, onde está meus burro? Será que eles se asortaram da pranta? Mais diabo, num é impussive, apusquê eu amarrei eles cun força. Isso num tem cabimento apusquê sinão eles tamém se asortava das otras arve nos otro lugá. Capeta, apusquê isso só acuntece aqui em Sun Gerardo? Será qui é arguma mardição desse sumutéro? Ô dó, agora qui tô vêno qui isso acunteceu a muincho tempo apusquê os bichim nem tivéro tempo de cagá aqui. Sêno anssim eles vai tá longe. Oh meu bum jisuis, ocê qui tamém andô num jumentim cum seus pai me ajuda a encontrá os meu!” Antes que maiores aflições se apoderassem de Simplício, surgíamos como se tivéssemos brotado do nada e, de maneira natural e dissimulada, nos apresentávamos para ajudar: “Seu Simplício, o senhor está procurando pelos seus burros?” “Tô, sim, miséra, apusquê, ocêis viu?” “Sim, nós vimos. Estávamos caçando preá e deparamos com eles debaixo de uma árvore há um quilômetro daqui!” “Antonce vamo fazê o siguinte, ocêis me leva lá pra iêu trazê eles de vorta!” “Sabe, seu Simplício, respondíamos todos, procurando valorizar o próprio passe, bem que nós gostaríamos muito de ajudar, mas temos que nos preparar para irmos à Escola!” “Diabo docêis cum esse nigóço de iscola. Quanto mais istudia mais burro fica. Vamo cumigo lá nos burro qui quando nóis vortá cum eles eu vô dá uma grujeta procêis e ai o ganhame é de todos nóis, apusquê amanhã eu tenho qui amanhecê, niguciá e drumi em Caçarema!”

Era tudo que queríamos ouvir. Pegávamos na mão de Simplício e, como se estivéssemos praticando a primeira boa ação do dia, o levávamos até seus burros. Ele, agora feliz e reconfortado, abria aquele sorrisão. Depois de nos dar alguns trocados, para comprarmos bolinhas de gude, ainda nos elogiava: “Cuntinue anssim meus fio, cum esse curação bundoso e sem niúma mardáde. Num é sem mutivo qui Jisuis, o fio do hôme falô:  Dichae qui vindi a mim os piquinino apusquê deles é os reino do Céu!”

É!

Por certo, a máxima, exaltação grandiosa da pureza dos inocentes, proferida pelos Lábios Santos, Imaculados e Misericordiosos do Divino Mestre do Madeiro, O Filho de Maria e José, que por todos nós derramou Seu Precioso Sangue no Gólgota, não se referia aqueles pobres diabinhos de São Geraldo. Não fazíamos jus a ela. Se Ele ali estivesse, certamente que dessa forma a proferiria: “Pelo amor de Deus, afastai de Mim esses tenebrosos capetinhas, porque não são deles o Reino dos Céus!”

Enoque Alves Rodrigues, brejeiro de nascimento e convicção, que atua na área de Engenharia, é Escritor com dois livros a serem lançados, (Liderança Conquistada e Brejo das Almas em Crônicas), Colunista, Historiador e divulgador voluntário de Francisco Sá, Brejo das Almas, Minas Gerais, Brasil. Visitem meu blog: Pra variar, é sobre Francisco Sá: http://enoquerodrigues-earodrigues.blogspot.com/  http://www.facebook.com/profile.php?v=info&edit_info=all&ref=nur

sábado, 3 de dezembro de 2011

AS JOIAS RARÍSSIMAS DO BREJO - INTRODUÇÃO

AS JOIAS RARÍSSIMAS DO BREJO  -  INTRODUÇÃO

Enoque Alves Rodrigues

Há algum tempo atrás finalizei a serie de crônicas “As Joias Raras do Brejo”, a qual foi iniciada com “As Joias do Brejo”,  por onde desfilaram personagens que de uma forma ou de outra se destacaram cada qual a seu tempo e que muito realizaram ou ainda realizam, no sentido de tornar o nome de nossa querida Cidade de Francisco Sá, ou Brejo das Almas, conhecido no cenário Nacional. A guisa de ilustração, apenas para volver ao tema, quero ressaltar que no campo do empreendedorismo, solidariedade, autoridade, dedicação e respeito a sua gente, coloquei entre os ilustres personagens de “As Joias do Brejo”, como figura de maior destaque nesta área em minha modesta concepção, o inesquecível “Zeca Guida” ou o Zeca de Cana Brava, ou José Dias Pereira.

Já nas “Joias Raras do Brejo”, no campo Literário e Cultural, pela didática simples, fiel e sintonizada com as coisas e pessoas da região, com muitas das quais tive o privilégio de fruir em infância do convívio, destaquei a grande e inigualável, Karla Celene Campos. No entanto, mencionada série foi iniciada com a Dona Yvonne Silveira, pelos atributos inquestionáveis nesta e em todas as áreas da Literatura, cuja magnitude robusta e resplandecente, dela assim como do seu esposo Olyntho, que também integra esta série, a minha pequenez de matuto brejeiro de cabedal cultural insignificante, que mesmo tendo tido o privilégio de alisar bancos de importantes e renomadas escolas, não consegue mensurar. Eu diria que os atributos intelectuais com os quais  a Dona Yvonne assim como Olyntho foram dotados, estão muito acima “do que supõe a minha vã filosofia.” É muito para a cabeça indouta de um sujeito de intelecto mediano e esclarecimentos parcos. Talvez, após eu subir e descer por várias vezes ou passar por umas trezentas reencarnações, quem sabe estarei apto a definir com a clareza necessária e exatidão de pensamento compatível, a dimensão exata do caráter, bondade e dedicação desses dois grandes e incansáveis colaboradores a quem o Brejo tanto deve. Conjugo, para ambos, o verbo no tempo presente porque não há diferença de esfera para os que são bons e puros.

Fiz esse introito apenas para dizer que conforme eu havia prometido anteriormente, dividiria aquelas narrativas em três etapas: “As Joias do Brejo”, “As Joias Raras do Brejo” e finalmente, “As Joias Raríssimas do Brejo”, esta última série é a que estarei levando a efeito no primeiro trimestre de 2012. Antes, porém, devo antecipar minhas justificativas, pois com a relativa certeza dos mortais, não conseguirei levar adiante a disciplina sequenciada.  Atualmente me encontro envolvido com uma infinidade de grandes projetos que estão consumindo quase todo o tempo deste pobre quase ancião.

A próxima série “As Joias Raríssimas do Brejo” ao contrário das anteriores será mais longa. No entanto, os episódios compostos por pessoas, locais históricos e fatos que tiveram grande relevância para a vida da Cidade e de seus Cidadãos, serão mais curtos e sucintos, dentro do possível, desde que isso não venha desvirtuar os objetivos do entendimento assertivo dos fatos narrados.
É certo que devido até aqui eu ter retratado muito mais os fatos e pessoas do antigo Brejo das Almas ou Francisco Sá, dispenderei, desta vez muito mais tempo com os relatos das localidades históricas e importantes do Brejo e suas adjacências desde a sua fundação, que propriamente com seus personagens. Assim sendo, personagens, cuja vida detalhei  em suas minucias como, por exemplo, o Padre Augusto Prudêncio da Silva, Jacinto Alves da Silveira, Geraldo Tito, Feliciano Oliveira, entre outros, não serão abordados. Talvez, apenas para fazer alguma correção biográfica que porventura a história não registra.
Não terei nenhuma pretensão de monopolizar a verdade do que vier a relatar. Tampouco alimentarei a vã ilusão de que reunirei em torno de mim unanimidades que massageiem o meu ego. Ele já se encontra de há muito massageado pelos afagos de todos aqueles que me prestigiam com a leitura das bestagens que escrevo. Faço isso por puro prazer, pois entendo de muito bom grado dividirmos com os outros um pouquinho do conhecimento do qual somos portadores. Por outro lado, a fonte de onde tiro a minha subsistência através do esforço incessante, está onde sempre esteve: Dentro da Engenharia. É ela que me suga. É por ela que dediquei todos os meus longos anos de estudos e aperfeiçoamentos que perduram até hoje. É definitivamente ela que me proporciona a vidinha simples e pacata,  mas muito digna que levo. Ou seja, escrevo estas bobagens pelo compromisso que tenho para com minha consciência, minhas origens, minha Terra e minha gente. Por puro prazer, diria.

Falando em escrever, informo a muitos que tem me perguntado, que o meu primeiro livro “Liderança Conquistada”, que está sendo  publicado pela Editora Livre Expressão, com data de lançamento a ser definida, ao contrário de quase tudo que escrevo fora da Engenharia, não é sobre o Brejo das Almas. Há somente uma foto aérea do Brejo em sua contracapa com a legenda “foto de Francisco Sá, ou Brejo das Almas, Cidade de nascimento do autor”. A temática é sobre liderança, otimismo e motivação no trabalho e traz em seu conteúdo uma série de episódios por mim vivenciados dentro dos canteiros de Obras desde o inicio de minha carreira. No entanto, alegrem-se, brejeiros, pois o próximo livro que estarei publicando, “O Brejo das Almas em Crônicas” como o próprio título já sugere, é todinho sobre o Brejo das Almas, claro: Lá desfilarão uma coletânea de crônicas inclusive inéditas que escrevi até aqui sobre esta minha Cidade. O lançamento, no entanto é para o ano que vem. Toda a renda e direitos autorais deste livro eu estarei revertendo para instituições localizadas no Brejo. Por isso, como não vivo no Brejo, não sei,  sinceramente, hoje quais instituição seriam agraciadas. Assim sendo, quando estivermos próximos do lançamento, farei uma simples e rápida consulta aos brejeiros locais para me indicarem as instituições as quais, antes de eu definir o direcionamento dos recursos, estarei visitando.

Aproveito este espaço para informar ao Mathias e Célia Dantas, meus conterrâneos que hoje vivem em Montes Claros, que lhes enviei via correio, apontamentos que disponho sobre João Catulino Andrade. Ficaria muito pesado o envio por e-mail. Caso necessitem de mais algum dado complementar, estou à disposição. Claro, desde que me dêem o prazo necessário para que eu faça os levantamentos em minha biblioteca. Como vocês sabem, devido minha exigüidade de tempo preciso que me avisem com muita antecedência. Lembrando que ultimamente, o “grande senhor da razão” não me tem sido um bom aliado. Falta-me tempo para quase tudo. Como procuro ser pontual com minhas coisas, prefiro muitas vezes não assumir compromissos que poderão levar-me ao não cumprimento no tempo exigido. Realmente, como vocês disseram, não há quase nada disponível para consultas na internet a respeito dos principais vultos de nossa Cidade. Entendam que isso é assim mesmo. É como a crônica que escrevi três semanas atrás “A importância da Mídia Eletrônica na Divulgação de Francisco Sá”: http://enoquerodrigues-earodrigues.blogspot.com/2011/11/importancia-da-midia-eletronica-na.html. Aos poucos, graças a iniciativas de obstinados brejeiros que respiram ou já respiraram um dia os ares dessa nossa terra, farão com que ela seja conhecida muito além do que imaginamos, em pouco tempo. No bojo desse rompimento de limites fronteiriços, virão os nomes que um dia por ela lutaram, tombaram, levantaram e seguiram adiante, tornando-a no que hoje é. A história é prodiga em “justiça tardia”. A NET veio em boa hora para agilizar esse processo.

Geraldo Magela, Antônia, Carlos e Dilermando, obrigado pelas palavras de elogios a minha humilde pessoa. Estejam certos de que não sou merecedor. Acho que vocês as endereçaram a pessoa errada. Quanto ás informações que me solicitam sobre a Doutrina, desculpem-me, mas não posso lhes passar nesse espaço. Esse blog eu o utilizo somente para divulgar o Brejo e todo o material postado aqui também é enviado para divulgação em minha coluna no MontesClaros.com, cujos critérios jornalísticos não contemplam mencionada temática. No entanto informo que mantenho há dez anos um site pelo qual divulgo a Doutrina, inclusive resultados de várias pesquisas que realizei sobre o tema. Lá vocês poderão encontrar vasto material. Tenho também um blog com esta finalidade o qual poderão acessar e deixar vossos comentários e perguntas que terei o imenso prazer em responder, claro, se eu souber. Se eu não souber, “perguntarei aos Universitários’ e lhes transmitirei a resposta Deles. Agora, rezem, porque se eles também não tiverem as respostas que vocês esperam, não nos restará outra alternativa, senão a de aguardarmos com “muuuuiiiiiiita paciiiiiiiiência” o nosso “graaaaande momeeeento” que espero, seja daqui há “muiiiiitos aaaaaanos, para vermos, realmente como essa coisa toda funciona lá em cima. Eu, como Mineiro cansado e Brejeiro tranquilo confesso a vocês que não tenho pressa alguma. Aqui em baixo tá bão demais da conta, sô e tudo indica que se eu continuar trabalhando do jeito que trabalho, qual jumento Celestino, a tendência natural “é isso tudo melhorar” e aí, meu nego, “subir pra que? Mas nem cantando”. “E Que os amantíssimos Confrades de Doutrina e companheiros de ideal que comigo militam há quase quarenta anos me entendam e perdoem. Que assim seja!” Rsrsrsrsrs.

Até parece!

Enoque Alves Rodrigues, brejeiro de nascimento e convicção, que atua na área de Engenharia, é Escritor com dois livros a serem lançados, (Liderança Conquistada e Brejo das Almas em Crônicas), Colunista, Historiador e divulgador voluntário de Francisco Sá, Brejo das Almas, Minas Gerais, Brasil. Visitem meu blog: Pra variar, é sobre Francisco Sá: http://enoquerodrigues-earodrigues.blogspot.com/  http://www.facebook.com/profile.php?v=info&edit_info=all&ref=nur