*Enoque Alves Rodrigues
Não importa sobre qual montaria,
cavalo, jumento, égua ou burro, se achava Deodoro em Quinze de Novembro de Mil
Oitocentos e Oitenta e Nove. Também não interessam, a meu ver, quais eram suas condições
de saúde naquele ato, ou sequer se foi ele realmente quem proclamou a
República. Há controvérsias, diria o Poeta, e eu as respeito. O que importa,
meus diletos compatriotas é que a persistir as decisões que estão sendo tomadas
neste instante no ninho da corrupção que se localiza no Planalto Central deste
imenso País, parece que finalmente o homem probo de moral íntegra e ilibada
terá motivos para se orgulhar do ato de Manuel Deodoro da Fonseca e, quiçá por
alguns instantes, esquecer um pouco a profecia do Grande Jurisconsulto
Brasileiro Ruy Barbosa que após ressaltar a incolumidade dos atos ilícitos
frente às leis capengas e inócuas, roubalheiras e tudo o que de ruim e
pernicioso que são praticados pelos contumazes vendilhões do templo Brasileiro,
congênitos em seus distúrbios de personalidade de moral e caráter, finalizava
sua oratória com o chicote que ainda hoje bate forte em nossos lombos e muito
avilta e constrange aqueles que procuram caminhar sempre pelos caminhos da
retidão. O Cidadão de bem: “o homem
sentirá vergonha de ser honesto”.
O Brasil sempre foi, é e será
maior do que aqueles que ao invés de agirem como nós, honestos trabalhadores,
que lutamos todos os dias, em busca de nossa própria subsistência digna e de seu
engrandecimento, não dormem, debruçados que estão sobre mil formas que os
permitam viver nas benesses do estado dilapidando-o, desavergonhadamente em
detrimento daqueles que batalham.
Chegará o dia em que serão vocês,
senhores achacadores que se sentirão vergonha de seus ilícitos e ai sim,
quem sabe, num rompante de consciência, passarão para o nosso lado. O lado do
bem. O lado daqueles que sabem perfeitamente que não há circunstância que
justifique se apossar daquilo que não é seu. De que o crime, em toda e qualquer
hipótese, não compensa. Ai sim, estaremos aqui, em nosso lado de braços abertos
prontos para recebê-los.
Sejam bem-vindos senhores ex-corruptos
e ladrões da Pátria. Nós lhes perdoamos. Más, por favor, não pequem mais, diria
o Mestre que venceu o Madeiro. Ah, me esqueci... Vocês ainda não O
conhecem.
Viva a República!
Viva o Brasil!
E tenho dito.
* O autor é orgulhosamente Brasileiro.