FRANCISCO SÁ E AS REDES SOCIAIS EM SUA DIVULGAÇÃO
*Enoque Alves Rodrigues
De 2004 até 2009 mantive dois
blogs hospedados em sites da Editora Abril, aqui em São Paulo, hoje
desativados. No primeiro, denominado “Isto
é Espiritismo”, repercutia, sem proselitismos, a Doutrina Espírita disseminada
por Kardec, na França, em 1854. Já no outro blog, “Gente, Causos e Coisas do Brejo”, divulgava Francisco Sá, o
querido Brejo das Almas. Nele escrevia minhas crônicas quinzenais, hoje
vertidas para o livro, “O Brejo das
Almas em Crônicas.”.
Quando em 2009 a Abril extinguiu
aqueles sites após tê-los mantido por quase cinco anos no ar, jaziam, no
registrador de visitas do blog “Gente,
Causos e Coisas do Brejo”, para minha total surpresa e decepção, apenas e
tão somente a bagatela de 212 acessos. Uma ninharia, suficiente para desmotivar
qualquer mortal que se propõe a escrever algo. Pois, o mínimo que alguém que se
atreve a escrever alguma coisa, despretensiosamente, espera, é que outros leem
e, se possível, comentem o que se escreveu. Aliás, entendo que faz parte de uma
boa educação, manifestarmos através de um simples recado ou comentário, toda
vez que acessarmos a página de alguém. É uma maneira de dizermos: “Olá, estive
aqui. Visitei sua página rapidamente. Um abraço. Fui!”.
No caso em tela, seria muito de minha parte
desejar que alguém comentasse, visto que ninguém lia, porque ninguém acessava.
O pior, no entanto, já havia ocorrido. Em 2006, criei no Orkut duas comunidades
que ainda existem: “Alô Brejeiro!” e
“Francisco Sá, Meu Amor!”. Pois é...
Fiasco total. Até hoje o único acesso que consta lá é o meu próprio. Para a
pergunta que postei: “você conhece Francisco Sá?” Nenhuma resposta. Ou melhor,
uma resposta. A minha: conheço, sim, senhor. E daí, qual é o problema, cara
pálida? Triste, não! Mas é a realidade. Minha filha, que naquele tempo
frequentava o Orkut, tinha em sua página, inúmeros adicionados, enquanto eu não
tinha um sequer em minhas páginas comunidades.
- Filha, quando é que você vai
prestigiar o papai com sua visita a uma
de minhas páginas no Orkut?
- Pai, me desculpe, mas com esses
títulos estranhos vai ser muito difícil alguém se aventurar. Acho que estas
páginas não terão nenhum outro acesso senão o do senhor! Dito e feito. Ainda
bem que eu não escrevi mais nada lá. Alias, nem eu sei hoje o que lá se
encontra. Nunca mais entrei naquela joça. Só atualizo a minha página pessoal no
Orkut por que não posso desativa-la devido ter lá adicionados alguns amigos.
Que o Orkut com sua morte anunciada para agosto ou setembro de 2014 se
encarregue de extingui-las.
Em maio de 2009 ao visitar meus
pais em Burarama, passei, anonimamente, um dia e uma noite no Brejo. Ao
retornar para São Paulo iniciei pelo site, “City
Brasil”, alguns relatos de pouca relevância sobre Francisco Sá. Hoje este
blog se encontra com quase 340 mil acessos. Além dos outros blogs que mantenho
alusivos ao Brejo, criados na mesma época, todos eles muito bem frequentados e
comentados.
Mesmo com todas as postagens as
quais me referi no inicio destas mal traçadas linhas, em 2008, se você jogasse
no Google “Francisco Sá”, o resultado da pesquisa trazia um certo Francisco Sá
Carneiro, que até hoje não sei quem é. Pois, por não se tratar do meu Francisco
Sá, Cidadezinha que se achava perdida nos rincões das Gerais, terra abençoada
por Deus que me viu nascer, nenhum outro interesse teria eu em pesquisar ou
procurar saber a quem se referia. Por certo, pelo simples fato de esse senhor
ostentar o mesmo nome do Ministro da Viação que dá nome ao nosso lugar, já deve
ser um grande motivo para fruir de toda felicidade e sucesso. Por favor, não me
chamem de bairrista, “porque eu sou”.
No velho Orkut que hoje agoniza, passaram a criar, aqui e acolá,
algumas comunidades alusivas ao Brejo das Almas. Nada disso, no entanto, foi
suficiente para romper as barreiras virtuais que separavam o nosso Brejo das
Almas ou Francisco Sá do mundo incomensurável do WWW (World
Wide Web), que em português significa "Rede de alcance mundial". A coisa não engatava ou talvez porque
o Brejo não queria “ser alcançado” ou quem sabe, ainda, algum brejeiro, sem
querer dividi-lo com o mundo, havia enterrado uma cabeça de jumento aos pés do
cruzeiro.
Hoje, no entanto, graças aos
esforços e dedicação de todo o nosso povo, a coisa mudou radicalmente. Se você
digitar “Francisco Sá”, receberá de volta uma grande enxurrada de referências
sobre a nossa Cidade. Com o advento do facebook e twitter, então, as
comunicações ganharam muito mais velocidade. Ferramentas poderosíssimas que
entre suas incontáveis funções colocam vários indivíduos online, repercutindo, ao
mesmo tempo assuntos, ás vezes de pouca importância aparente, mas que, lá no
fundo, ao se analisar melhor, se constata, surpreendentemente, que a principal
missão dos idealizadores de tais ferramentas está sendo cumprida ao pé da
letra: aglutinar pessoas, aproximando-as cada vez mais uma das outras.
Transportando-as para as diversas partes do Orbe sem que precisem tirar um só
pé do chão. De deslumbramento comedido, uma vez que encaro tudo na vida com
naturalidade, deparo-me hoje com as facilidades que não existiam antanho. No
Oriente Médio abro um simples computador de mão em meio a uma rua qualquer de
Bagdá e de lá meus olhos veem a desfilarem-se no canto direito da pequena tela,
“tops” ou curtas mensagens me informando que alguém, em um ponto qualquer do
Planeta, curtiu ou comentou o meu link. Que há alguém querendo me adicionar a
fim de ter-me como seu novo amigo. Com dois cliques sobre um link e em átimos
de segundos estou dentro do Brejo. Volto para o facebook e os “tops” continuam
me informando: Que o Brejo agora tem um Centro de Memórias. Que voltou a
produzir alho como antes. Que as onças do Catuní voltaram a atacar rês. Que lá
em “Capivara” a dita cuja que dá nome ao povoado foi extinta. Que no morro não
há mais mocós. Que dos dois riachos só ficou um. Que o uivo dos ventos que
varriam as ruas do Brejo emudeceu. Que as águas do Gorutuba e São Domingos
estão secando. Que Lagoa Seca transbordou-se. Que a Vaca Morta acaba de
ressuscitar, etc. Com o deslizar do mouse sou remetido a fotos antigas dos
Padres Augusto, Silvestre e Salustiano, da Casa Viena, do Mercado Velho, do Cel.
Tito, de Feliciano, filho de Lauro, de Denilson criança, de Karla Celene, neta
de Edith e Antonio, de Wanderlino, em tarde de autógrafos na bela MOC, etc. Com
mais dois cliques vejo e ouço um conterrâneo vereador, ao vivo e em cores, aos
berros, em acalorado discurso na Câmara Brejeira, em defesa de Munícipes menos
favorecidos. Dois cliques mais e sou transportado para o mais completo e bem
elaborado jornal regional. Trata-se de “O
Jornal de Francisco Sá”, do amigo Flávio Leão. Aqui, sem que seja
necessário que eu dê qualquer clique, mas apenas com a barra de rolagem,
vejo-me, como que por encanto, literalmente no Paraiso. Em meio a beldades,
formosas mulheres, com olhares ternos e inocentes de quem acaba de deixar a
adolescência, dignas representantes da mais pura “beleza brejeira”. Estou extasiado. Não... Não vou mais navegar...
Navegar não é mais preciso. Quem gostava de navegar era o Cabral e nós sabemos aonde
ele foi parar. Perdeu-se pelos caminhos “tortuosos” das índias e acabou “dando”
aqui. Quanto a mim, cheguei, finalmente, ao meu Porto Seguro que é este céu e
estou rodeado por anjos e divas sob intensos cafunés. Daqui não saio. Daqui
ninguém me tira. Não mais desperdiçarei o meu precioso tempo com agenda
apertada, compromissos inadiáveis, cálculos matemáticos precisos e outras preocupações
naturais de vocês terráqueos. E que o sol da minha vida e razão maior do meu
existir, a dona Teresa, não me leia. Amém!
Voltando à realidade atual
podemos afirmar com toda convicção que mesmo a passos lentos, ciberneticamente
falando, Francisco Sá, o nosso Brejo das Almas, hoje é conhecido no Mundo. Quanto
aos méritos, são de todos nós, seus filhos, que sempre nos orgulhamos em levar
adiante a sua divulgação.
Valeu peixe!
*O autor nasceu em
Francisco Sá, Brejo das Almas, Minas Gerais, Brasil.
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