*Enoque
Alves Rodrigues
Quando, há uma semana, vi os primeiros
rostinhos, alguns, ainda sardentos, em manifestação nas ruas entendi,
claramente, que as reivindicações, justas e sensatas,
não se restringiriam a
tão somente uma redução tarifária de 0,20 centavos nos transportes coletivos.
Com o passar dos dias, a cada manifestação, as minhas convicções só se fizeram
confirmar. O povo, cansado de anos infindáveis de desmandos, malversações do
dinheiro público, corrupções praticadas por apaniguados de um partido que
desgraçadamente leva o nosso nome (trabalhadores), inflação subestimada que
eles tentam nos empurrar goela abaixo, como se tontos fossemos e outras
mazelas, agora tremulam bandeiras bem mais significativas e relevantes sem
minimizar a importância do pleito inicial.
É tempo de mudança. Do jeito que está
não pode continuar. Todo poder emana do povo e em seu nome deve ser exercido é
o que diz a Constituição. Assim sendo, temos total liberdade de nos
manifestarmos contra os poderes constituídos sempre que entendermos que não
estamos sendo bem representados ou que os nossos direitos nos estão sendo surrupiados.
Entretanto, diz a sabedoria popular
que “direito tem quem direito anda”. Vamos, portanto, exercer a nossa liberdade
democrática de expressão, de reivindicar, de bradar aos quatro ventos contra
tudo que estiver errado, mas pacificamente. Com educação, ordem e respeito ás
instituições também democraticamente eleitas por nós que quiçá por absoluta
falta de opção ou consciência, não temos votado corretamente, e ao direito de
ir e vir daqueles que ainda não se sensibilizaram para esta luta, justa e oportuna,
reitero. Que as adesões sejam espontâneas e que nasçam do sentimento de mudança
de cada um. O exercício das liberdades democráticas compreende-se direitos e
deveres que estão, intrinsecamente, vinculados entre si.
Sejamos bravos, mas comedidos em nossos
anseios, sensatos, pacientes e ordeiros. Se se esperou tanto tempo para se sair
ás ruas em busca de direitos sonegados pelo poder público a todos nós
trabalhadores, estudantes e toda a sociedade civil pagadora de impostos, cujo
poder, repito, foi constituído por nós, ou seja, trata-se de uma “máfia
legalizada”, o mínimo que devemos fazer agora já que não podemos arranca-los de
lá á tapa, nem é essa a nossa intenção, é dar o nosso recado e tempo suficiente
para que eles nos deem as respostas que merecemos e promovam as mudanças
necessárias. O País tem pressa.
Se você meu amigo tem uma bandeira,
levante-a e saia de casa. Vá ás ruas defende-la. Mostre que você existe. Faça o
poder público notar a sua presença. Caititu fora de manada é papo pra onça.
Chega de ser massa de manobra. Basta da desfaçatez de vender lá fora um Brasil
virtualmente maravilhoso, mas que só existe na fétida imaginação deles. Por que
gastar bilhões para sediar uma Copa do Mundo quando nossas economias,
transportes e educação estão em pândarecos? E as isenções de dívidas
bilionárias que eles concedem a outros Países que não souberam gerir suas
economias, em detrimento de nós, Brasileiros? Quem os autorizou a tais
isenções? Eles praticam caridade com o chapéu alheio. Com o nosso dinheiro só
pra fazer média. Por acaso nós não temos fome e misérias aqui? É tudo balela em
nosso nome. O que é que eles fazem com o montão de dinheiro que arranca de
nossos salários na fonte a titulo de impostos disso e daquilo? E a CPMF que
durante muitos anos foi definitiva criada que foi, segundo eles, para subsidiar
a saúde que só fez piorar, para onde foi? Pois é.
Há muito que reivindicar, mas com
moderação. Não quebrem nada, por favor, pois afinal, tudo sai do nosso bolso.
Nada de confrontos com a polícia. Ela é poder armado constituído e é composta
também por trabalhadores e pais de família. Se os transportes já são ruins se
você quebrar vai piorar. Isso eu disse no primeiro dia, quando pegaram pesado.
Mantenham as manifestações no mais alto nível e atentem-se para que não se
infiltrem ao movimento pessoas que só querem promover a baderna e anarquia.
Isso sim, não leva a nada. Só serviria para deturpar os objetivos, nobres e
salutares, e invalidar as justas causas que os mesmos representam. Se você tem
uma liderança propositiva, vá em frente... Mais se não tem, vá assim mesmo.
Quem sabe para onde ir não precisa de líderes. Sejamos antes de tudo
Patriotas. Lembremos que os olhos do
Mundo estão neste momento voltados para nós.
E viva o Brasil!
*O autor é Brasileiro, apartidário, escritor e trabalha em
Engenharia pesada há 42 anos.
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