terça-feira, 25 de junho de 2013

1000 PALAVRAS – COMENTANDO OS CINCO PACTOS DA DILMA




*Enoque Alves Rodrigues

Tardiamente, mas sempre oportuna, nossa presidente Dilma Rousseff, PT, nos trouxe, em cadeia de rádio e TV., um elenco de medidas com o titulo “Cinco Pactos em Favor do Brasil”.

Em que pese reconhecer os esforços tardios, repito, que Sua Excelência tem desprendido desde que as vozes das ruas romperam a frieza do mármore duro do Planalto, ecoando-se de maneira estrondosa aos seus ouvidos, somos instados a admitir que quase todos os cinco pactos de intenções, vamos classifica-los assim, desprovidos, em sua grande maioria, de condições exequíveis, inclusive por ferir a Constituição
Federal, foram pensados, ou melhor, chutados, no calor dos acontecimentos apenas e tão somente a fim de dar uma esfriada nos clamores das ruas. Um sossega leão.

Não é preciso ser político como é o meu caso, pois sou apenas um Cidadão Brasileiro, trabalhador, preocupado hoje muito mais com o futuro dos nossos jovens que com o meu próprio, ou “expert” no assunto para detectar a ausência de conteúdo ou possibilidades exequíveis destes cinco pactos, em cujo bojo, pouco ou quase nada há que se possa aproveitar ou colocar em prática em favor do Brasil como se propõe. Aliás, muito do que lá está já foi proposto e sequer saiu do papel. Quer ver?


1.       Reforma Política


   a) Seria feita através da convocação de plebiscito onde se realizaria uma assembleia nacional constituinte na qual se alteraria a lei atual onde se enquadraria como hediondos os crimes de corrupção ativa e passiva, assim como suas penalidades, além de outras providências como ampliação da Lei atual de acesso à informação pública, etc.

b) Essa proposta já foi apresentada antes pelo presidente Luiz Inácio e sequer saiu do papel. Por quê?

c)  É Inconstitucional: Os Ministros do STF são unânimes em afirmar que a única forma de se mudar a Constituição, ou seja, para referendar isso, segundo o artigo 60 da mesma seria através de uma PEC (Proposta de Emenda Constitucional) lá no congresso que a principio é contra. Não passaria. É uma proposta no mínimo contraditória.


2.       Saúde Pública


a)  Acelerar os investimentos em saúde pública que está falida, com aparelhamentos necessários e indispensáveis ás Unidades Básicas de Saúde, como equipamentos operativos, e a contratação de médicos que seriam recrutados no exterior para atenderem no SUS.

b)  Em termos monetários já existe investimento suficiente nesta área. Basta vontade política e vergonha na cara para por pra funcionar.

c)  Quanto a importar médicos do exterior, temos que lembrar que além de ser uma medida que muitos conflitos causarão junto à classe médica Brasileira, cujos doutores, hoje pouco ou quase nenhum atrativo tem para trabalhar para o governo, ainda se trata de uma proposta antiga cujos obstáculos ou entraves que ainda não permitiram ao governo pô-la em prática desconhecemos.


3.       Transporte Público


a)  Estopim que deflagrou a onda de manifestações que ganharam as ruas, por incrível que possa parecer dos cinco pactos sugeridos por nossa presidente, esse parece ser o mais viável ou pelo menos demonstra ser de execução mais favorável, ou melhor, mais prática e amigável.

b)  As desonerações de PIS/COFINS e outros tributos de menor monta já estão sendo praticados por Dilma em outros setores da economia. É fácil estender também aos transportes públicos, assim como é de salutar importância o investimento proposto de R$ 50 bilhões em mobilidade urbana.

c)  Fecho esse tópico com a criação do Conselho Nacional do Transporte Público que serviria, inclusive para fiscalizar o direcionamento dos investimentos, condições operacionais, assim como ações preventivas que evitem que o sistema entre em colapso ou deficiências. Nada disso é impossível.


4.       Educação


a)  Soa meio que mirabolante a proposta de investir 100% dos royalties arrecadados do pré-sal quando sabemos que não obstante tal proposta tramitar no Congresso Nacional há tanto tempo, devido a forte oposição dos governadores dos estados produtores do pré-sal até hoje essa proposta não deu qualquer passo que nos permita acreditar em sua eficácia. Há muitas contradições em torno dela sendo a maior que os governadores gulosos e egoístas não querem dividir o quinhão como se esperaria de um regime democrático. Os estados produtores não querem repartir o pão do pré-sal. Eles são foda mesmo. Farinha pouca, meu pirão primeiro. Só que a farinha é muita, mais mesmo assim eles não querem dividir. Fazer o que?  Patriotismo passou longe deles.


5.       Responsabilidade Fiscal


a)  Deixei esse tópico para comentar por último devido a sua peculiar complexidade e incongruências uma vez que sua execução requer ações muito mais concretas dos Governos que não meras falácias. Controlar os gastos públicos para estabilizar a economia é um conto da carochinha que escutamos desde os saudosos tempos de nossas bisavós.

b)  Lembramos que os Governos Federal, Estadual e Municipal, em tese, já adotam medidas com estas finalidades que, no entanto, até aqui, resultaram-se terrivelmente infrutíferas. No entanto há dois fatores positivos nesta história, quer seja,

c)  Quando a presidente afirma como sendo seu compromisso principal de forma irrevogável e irretratável despender esforços fiscais que equivaleriam a aproximadamente 2,3% do nosso PIB. Seria sim, um esforço estrondoso, mas não impossível.

d)  Entretanto, meus caros irmãos Brasileiros, o que mais me deixou otimista e esperançoso ao debruçar-me, atentamente, sobre esse ultimo item do “pacto em favor do Brasil” proposto por nossa presidente, foi ali onde ela diz estar tomando essas medidas para “conter a inflação”. Ora, para quem á duas semanas nos fazia de tontos quando insistentemente afirmava alto e bom som “que não tínhamos inflação” e que a inflação jamais voltaria a rondar ás gôndolas Brasileiras, admitir agora que “temos inflação” já é um grande progresso. Sim, por que quando ela utiliza o verbo “conter” admite, pois não é necessário ser nenhum “Aurelista” para entender, que conter é o mesmo que deter exemplo, eu vou conter ou deter ou ainda parar a caminhada do burro. Visto que Só se detém ou para aquilo que está em movimento.


E viva o Brasil!


*O autor é Brasileiro, apartidário, jamais se meteu em política e trabalha há 42 anos na iniciativa privada em Engenharia Petrolífera Pesada.

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